OS REFLEXOS DA SOCIEDADE DE CLASSES NO APRISIONAMENTO FEMININO: O QUE O CRIME DE TRÁFICO DE DROGAS TEM A NOS DIZER?

Autores

DOI:

https://doi.org/10.55839/2318-8650RevParRPv34n1pa236-252

Palavras-chave:

Palavras-chave: gênero; encarceramento feminino; tráfico de drogas;

Resumo

Resumo: O presente trabalho parte da premissa de que a desigualdade de gênero, identificada através da divisão sexual do trabalho, contribui para o aumento do encarceramento feminino no Brasil, uma vez que esse cenário favorece a dinâmica do crime de tráfico de drogas, responsável por aprisionar, em média, 65% do total de mulheres encarceradas. Diante disso, se busca responder ao seguinte problema de pesquisa: de que modo a divisão sexual do trabalho corrobora para o aumento expressivo do encarceramento feminino pelo crime de tráfico de drogas? O método utilizado foi o hipotético-dedutivo com base na pesquisa bibliográfica, por meio da análise de artigos científicos de periódicos, legislações, livros e relatórios de instituições oficiais. Conclui-se que a postura do Estado diante deste fenômeno fortalece, ainda mais, o sistema que oprime e perpetua um cenário de exclusão social reproduzido historicamente, cujo efeito de poder e dominação persiste até a atualidade. Por isso, repensar alternativas à pena privativa de liberdade para as mulheres que exercem funções subsidiárias no crime de tráfico de drogas, se torna indispensável à fim de combater a alta taxa de aprisionamento feminino.

Biografia do Autor

Marli Marlene Moraes da Costa, UNISC

Doutora em Direito pela Universidade Federal de Santa Catarina – UFSC, com Pós Doutoramento em Direitos Sociais pela Universidade de Burgos-Espanha, com Bolsa Capes. Professora da Graduação, Mestrado e Doutorado em Direito da Universidade de Santa Cruz do Sul-RS- UNISC. Coordenadora do Grupo de Estudos Direito, Cidadania e Políticas Públicas. MBA em Gestão de Aprendizagem e Modelos Híbridos de Educação. Especialista em Direito Processual Civil. Psicóloga com Especialização em Terapia Familiar Sistêmica. Membro do Conselho do Conselho Consultivo da Rede de Pesquisa em Direitos Humanos e Políticas Públicas. Membro do Núcleo de Estudos Jurídicos da Criança e do Adolescente – NEJUSCA/UFSC. Membro do Conselho Editorial de inúmeras revistas qualificadas no Brasil e no exterior. Autora de livros e artigos em revistas especializadas. ORCID: http://orcid.org/0000-0003-3841-2206 E-mail: marlim@unisc.br

Georgea Bernhard, UNISC

Mestranda em Direito pelo Programa da Pós-Graduação em Direito Mestrado e Doutorado da Universidade de Santa Cruz do Sul - UNISC, área de concentração em Direitos Sociais e Políticas Públicas, na Linha de Pesquisa Políticas Públicas de Inclusão Social, com bolsa PROSUC/CAPES, modalidade II. Graduada em Direito pela mesma universidade. Pós-graduada em Ciências Criminais pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais – PUC/MG, integrante do Grupo de Estudos Direito, Cidadania e Políticas Públicas da UNISC, vinculado ao PPGD da UNISC. Endereço eletrônico: georgeabernhard@hotmail.com. Currículo Lattes: http://lattes.cnpq.br/5679853940621472 ORCID: https://orcid.org/0000-0002-5980-7584

Referências

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Publicado

2025-08-19

Como Citar

Moraes da Costa, M. M., & Bernhard, G. (2025). OS REFLEXOS DA SOCIEDADE DE CLASSES NO APRISIONAMENTO FEMININO: O QUE O CRIME DE TRÁFICO DE DROGAS TEM A NOS DIZER?. REVISTA PARADIGMA, 34(1). https://doi.org/10.55839/2318-8650RevParRPv34n1pa236-252