OS REFLEXOS DA SOCIEDADE DE CLASSES NO APRISIONAMENTO FEMININO: O QUE O CRIME DE TRÁFICO DE DROGAS TEM A NOS DIZER?
DOI:
https://doi.org/10.55839/2318-8650RevParRPv34n1pa236-252Palavras-chave:
Palavras-chave: gênero; encarceramento feminino; tráfico de drogas;Resumo
Resumo: O presente trabalho parte da premissa de que a desigualdade de gênero, identificada através da divisão sexual do trabalho, contribui para o aumento do encarceramento feminino no Brasil, uma vez que esse cenário favorece a dinâmica do crime de tráfico de drogas, responsável por aprisionar, em média, 65% do total de mulheres encarceradas. Diante disso, se busca responder ao seguinte problema de pesquisa: de que modo a divisão sexual do trabalho corrobora para o aumento expressivo do encarceramento feminino pelo crime de tráfico de drogas? O método utilizado foi o hipotético-dedutivo com base na pesquisa bibliográfica, por meio da análise de artigos científicos de periódicos, legislações, livros e relatórios de instituições oficiais. Conclui-se que a postura do Estado diante deste fenômeno fortalece, ainda mais, o sistema que oprime e perpetua um cenário de exclusão social reproduzido historicamente, cujo efeito de poder e dominação persiste até a atualidade. Por isso, repensar alternativas à pena privativa de liberdade para as mulheres que exercem funções subsidiárias no crime de tráfico de drogas, se torna indispensável à fim de combater a alta taxa de aprisionamento feminino.
Referências
REFERÊNCIAS
BREITMA, Miriam Rodrigues. Criminalidade feminina: outra versão dos papéis da mulher. Disponível em: https://seer.ufrgs.br/sociologias/article/view/6904. Acesso em: 24 fev 2023.
CAMURÇA, Silvia. Nós mulheres e nossa experiência comum. Reflexões para transformação social. Cadernos de Crítica Feminista, ano I, n. 0, Recife, dez. 2007.
CHERNICHARO, Luciana Peluzio. Sobre mulheres e prisões: seletividade de gênero e crime de tráfico de drogas no Brasil. Dissertação de Mestrado apresentada ao Curso
de Pós-graduação em Direito da Faculdade de Direito da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro, 2014.
COSTA, M. M. M.; DIEHL, R. C. DIREITOS SOCIAIS E PROTEÇÃO SOCIAL: contradições no cenário latino-americano In: Políticas Públicas no Brasil: ensaios para uma gestão pública voltada à tutela dos Direitos Humanos.1 ed.Blumenau - SC: Dom Modesto, 2020, v.2, p. 137-150.
CURCIO, Fernanda Santos; FACEIRA, Lobelia da Silva. As memórias das prisões femininas no Brasil. Disponível em: http://alas2017.easyplanners.info/opc/tl/0517_fernanda_santos_curcio.pdf. Acesso em: 10 jan 2023.
DIEHL, R. C.; COSTA, M. M. M. POLÍTICAS PÚBLICAS NA AMÉRICA LATINA: INVESTINDO NO CAPITAL SOCIAL, POTENCIALIZANDO O ACESSO AOS DIREITOS. Revista Jurídica Luso-Brasileira. , v.5, p.1567 - 1592, 2019. Referências adicionais: Português. Disponível em: http://https://www.cidp.pt/publicacao/revista-juridica-lusobrasileira-ano-5-2019-n-5/201] Acesso em: 10 abr 2023
ENGELS, Friederich. A origem da família, da propriedade privada e do Estado. Tradução: Nélio Schneider. Boi Tempo: São Paulo, 2019.
NYE, Andrea. Teoria Feminista e as filosofias do homem. Tradução: Nathanael Caixeiro. Rio de Janeiro: Record, Rosa dos Tempos, 1995.
SAFFIOTI, Heleieth. Gênero, patriarcado, violência. 1ª ed. São Paulo: Fundação Perseu Abramos, 2004.
FOUCAULT, Michel. Vigiar e punir: nascimento da prisão. 29. ed. Petrópolis: Vozes, 1987
FOUCAULT, Michel. História da Sexualidade I: a vontade do saber. 7. ed. Rio de Janeiro:Edições Graal, 1988
GONÇALVES, D. B.; COELHO, C. M. S.; BOAS, C. C. V. Mulheres na prisão: um estudo qualitativo. Curitiba: Appris, 2017.
MATOS, Vanessa Cristina Santos. Uma análise sobre participação política (ações
afirmativas) e cidadania feminina. Revista Ártemis, Vol.9, p.171-178.
MOURA, Maria Juruena. Porta fechada, vida dilacerada - mulher, tráfico de drogas e prisão: estudo realizado no presídio feminino do Ceará. Dissertação de Mestrado. Programa de pós-graduação em Políticas Públicas e Sociedade. Universidade Estadual do Ceará. 2005. Disponível em: http://www.dominiopublico.gov.br/pesquisa/DetalheObraForm.do?select_action=&co_obra=132868 Acesso em: 11 mar 2023.
PANCIERI, Aline Cruvello. Mulheres mulas: seletividade, tráfico de drogas e vulnerabilidade de gênero. Disponível em: https://www.academia.edu/11674495/Mulheres_Mulas_Seletividade_Tr%C3%A1fico_de_Drogas_e_Vulnerabilidade_de_G%C3%AAnero Acesso em: 02 fev 2023.
SANTOS, Silvana M; Oliveira, Leidiane. Igualdade nas relações de gênero na sociedade do capital: limites, contradições e avanços. Revista Katalisys, Florianópolis, 2010
SOUZA, Kátia Ovídia. A pouca visibilidade da mulher brasileira no tráfico de drogas. In:Psicologia em Estudo, Maringá, v. 14, n. 4, p. 649/657, out/dez 2009. Disponível em: https://www.scielo.br/j/pe/a/RWRqYxBVPmN6jjDmKzKrn4R/abstract/?lang=pt Acesso em: 02 fev 2023.
SOUZA, Simone Brandão. (2005). Criminalidade Feminina: trajetórias e confluências na
fala de presas do Talavera Bruce. Dissertação de mestrado. Escola Nacional de Ciências
Estatísticas. Universidade Federal do Rio de Janeiro. ENCE/IBGE, 2005. Disponível em: http://www.livrosgratis.com.br/ler-livro-online-19781/criminalidade-feminina--trajetorias-e-confluencias-na-fala-de-presas-do-talavera-bruce Acesso em: 22 fev 2023.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2025 Marli Marlene Moraes da Costa, Georgea Bernhard

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial 4.0 International License.
Ao submeter artigos à Revista Paradigma o autor já autoriza sua publicação em caso de aprovação após o devido processo de avaliação, ciente da política de acesso livre do periódico.
O autor declara ciência de que serão publicadas todas as informações consignadas na submissão, incluindo nome, afiliação, titulação e endereço eletrônico.
