EXPANSÃO DO DIREITO PENAL: ABORDAGEM SOCIOLÓGICA

Authors

  • José Roberto Macri Júnior
  • Bianka Jaquetti Macri

Abstract

RESUMO: O objetivo deste trabalho é a analisar a relação entre a expansão do direito penal e as alterações sociais decorrentes da sociedade de risco. Em primeiro lugar, serão estudados o contexto e as causas da overcriminalization. Muitas dessas causas decorrem do avanço científico e tecnológico, tais como: desenvolvimento nuclear, avanços acerca do conhecimento da genética, modernização dos meios de transporte e de comunicação. Verifica-se, dessa forma, que a dimensão tecnológica da sociedade de risco explica apenas parte das novas criminalizações, as quais derivam também da implementação do modelo da segurança cidadã, o qual culmina no recrudescimento do direito penal tradicional.

PALAVRAS-CHAVE: Expansão penal. Sociedade de risco.  Segurança Cidadã

References

ALVIM, Rui Carlos Machado. Uma pequena história das medidas de segurança. São Paulo: IBCCRIM, 1997.

AMARAL, Claudio do Prado. Bases Teóricas da Ciência Penal Contemporânea. São Paulo: IBCCRIM, 2007.

AMELUNG, Knut. El concepto “bien jurídico” en la teoría de la protección penal de bienes jurídicos. In: HEFENDEHL, Roland (ed.). La teoría del bien jurídico. ¿Fundamento de legitimación del Derecho penal o juego de abalorios dogmático? Madrid: Marcial Pons, 2007.

ARROYO ZAPATERO, Luis. Derecho penal económico y Constitución. Revista penal, v.1, 1998.

BAKER, Tom. Embracing risk, sharing responsibility. Drake law review, v.56, 2008.

BOTTINI, Pierpaolo Cruz. Crimes de perigo abstrato e princípio da precaução na sociedade de risco. São Paulo: RT, 2007

BECK, Ulrich. A reinvenção da política: rumo a uma teoria da modernização reflexiva. In: GIDDENS, Anthony; LASH, Scott; BECK, Ulrich. Modernização reflexiva. Política, tradição e estética na ordem social moderna. Trad. Magda Lopes. São Paulo: Editora Unesp, 2012.

________. Sociedade de risco. Rumo a uma outra modernidade. Trad. Sebastião Nascimento. São Paulo: Editora 34, 2010.

CHO, Byung-Sun, Cuestiones de causalidad y autoría en el Derecho penal del medio ambiente coreano y japonés desde la perspectiva del derecho comparado. Revista penal, nº4, 1999.

D’AVILA, Fabio Roberto. Ofensividade em direito penal: escritos sobre a teoria do crime como ofensa a bens jurídicos. Porto Alegre: Livraria do Advogado, 2009.

DEL ROSAL BLASCO, Bernardo. ¿Hacia el Derecho penal de la postmodernidad? Revista Electrónica de Ciencia Penal y Criminología (en línea). 2009, núm. 11-08.

DEVLIN, Patrick. La imposición de la moral. Trad. Miguel Ángel Ramiro et al. Madrid: Dykinson, 2010.

DÍEZ RIPOLLÉS, José Luis. A racionalidade das leis penais. Teoria e prática. Trad. Luiz Regis Prado. São Paulo: RT, 2005.

________. De la sociedad del riesgo a la seguridad ciudadana: Un debate desenfocado. Revista Electrónica de Ciencia Penal y Criminología (en línea). 2005, núm. 07-01.

________. El nuevo modelo penal de la seguridad ciudadana. Revista Electrónica de Ciencia Penal y Criminología (en línea). 2004, núm. 06-03.

________. La política legislativa penal iberoamericana a principios del siglo XXI. In: DÍEZ RIPOLLÉS, José Luis; GARCÍA PÉREZ, Octavio (Coordinadores). La política legislativa penal iberoamericana en el cambio de siglo. Buenos Aires: Editorial B de F, 2008.

________. Presupuestos de un modelo racional de legislación penal. Doxa: cuadernos de Filosofía del Derecho. n.24, 2001.

DRIPPS, Donald A. The liberal critique of the harm principle. Criminal Justice Ethics, v.17, 1998.

DWORKIN, Gerald. Devlin was right: Law and the enforcement of morality. William and Mary Law Review. v.40, 1999.

FARIA, José Eduardo. O Direito na economia globalizada. São Paulo: Malheiros, 2004.

FEINBERG, Joel. Harm to others. The moral limits of the criminal law. New York: Cambridge University Press, 1984.

FIGUEIREDO, Guilherme Gouvêa de. Crimes Ambientais à Luz do Conceito de Bem Jurídico-Penal: (des)criminalização, redação típica e (in)ofensividade. São Paulo: IBCCRIM, 2008.

FISCHER, Douglas. O custo social da criminalidade econômica. In: SOUZA, Artur de Britos Gueiros. Inovações no direito penal econômico. Contribuições criminológicas, político-criminais e dogmáticas. Brasília: ESMPU, 2011.

GARCÍA ALBERO, Ramón. La nueva política criminal de la seguridad vial. Reflexiones a propósito de la LO 15/2007, de 30 de noviembre, y del Proyecto de Reforma del Código Penal. Revista Electrónica de Ciencia Penal y Criminología (en línea). 2007, núm. 09-11.

GIDDENS, Anthony. As consequências da modernidade. Trad. Raul Fiker. São Paulo: Editora Unesp, 1991.

________. A vida em uma sociedade pós-industrial. In: GIDDENS, Anthony; LASH, Scott; BECK, Ulrich. Modernização reflexiva. Política, tradição e estética na ordem social moderna. Trad. Magda Lopes. São Paulo: Editora Unesp, 2012.

________. Risk and responsibility. The Modern Law Review, v.62, 1999.

________. Runaway world. NewYork, 2.ed. Routledge, 2010.

GLASSNER, Barry. The culture of fear. New York: Basic Books, 2009.

GRECO, Luís. Modernização do direito penal, bens jurídicos coletivos e crimes de perigo abstrato. (Com um adendo: Princípio da ofensividade e crimes de perigo abstrato). Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2011.

GROSNER. Marina Quezado. A Seletividade do Sistema Penal na Jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça: O Tratamento da Criminalização Secundária por Decisões em Habeas Corpus. São Paulo: IBCCRIM, 2008.

HASSEMER, Winfried. ¿Puede haber delitos que no afecten a un bien jurídico penal? In: HEFENDEHL, Roland (ed.). La teoría del bien jurídico. ¿Fundamento de legitimación del Derecho penal o juego de abalorios dogmático? Madrid: Marcial Pons, 2007.

HARCOURT, Bernard E. The collapse of the harm principle. The Journal of Criminal Law & Criminology, vol.90.

HEFENDEHL, Roland. El bien jurídico como eje material de la norma penal. In: HEFENDEHL, Roland (ed.). La teoría del bien jurídico. ¿Fundamento de legitimación del Derecho penal o juego de abalorios dogmático? Madrid: Marcial Pons, 2007.

HERRING, Jonathan. Criminal law. The basics. New York: Routledge, 2010.

HUMBOLDT, Wilhelm von. Os limites da ação do Estado. Ideias para um ensaio a fim de determinar as fronteiras da eficácia do Estado. Trad. Jesualdo Correa. Rio de Janeiro: Liberty Fund, 2004.

HUSAK, Douglas. Overcriminalization. The limits of the criminal law. New York: Oxford University Press, 2008.

JAREBORG, Nils. Criminalization as last resort (ultima ratio). Ohio State Journal of Criminal Law. v.2, 2005.

KAUFMANN, Arthur. Filosofia do direito. Trad. António Ulisses Cortês. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 2004.

LEITE, José Rubens Morato; AYALA, Patryck de Araújo. Direito ambiental na sociedade de risco. 2.ed. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2004.

MACHADO, Marta Rodriguez de Assis. Sociedade do risco e direito penal: uma avaliação de novas tendências político-criminais. São Paulo: IBCCRIM, 2005.

MAGALHÃES, Vlamir Costa. O garantismo penal integral: enfim uma proposta de revisão do fetiche individualista. In: SOUZA, Artur de Britos Gueiros. Inovações no direito penal econômico. Contribuições criminológicas, político-criminais e dogmáticas. Brasília: ESMPU, 2011.

MATA Y MARTÍN, R. M. Bienes jurídicos intermedios y delitos de peligro. Granada: Editorial Comares, 1997.

MENDONZA BUERGO, Blanca. El derecho penal en la sociedad del riesgo. Madrid, Civitas, 2001.

MIGUEL, Ilídio José. Harmonização do direito penal económico em face da integração regional na África austral. In: SOUZA, Artur de Britos Gueiros. Inovações no direito penal econômico. Contribuições criminológicas, político-criminais e dogmáticas. Brasília: ESMPU, 2011.

MILL, John Stuart. Sobre a liberdade. Trad. Pedro Madeira. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2011.

MINGARDI, Guaracy. O Estado e o crime organizado. São Paulo: IBCCRIM, 1998.

NEVES, Eduardo Viana Portela. A atualidade de Edwin H. Sutherland. In: SOUZA, Artur de Britos Gueiros. Inovações no direito penal econômico. Contribuições criminológicas, político-criminais e dogmáticas. Brasília: ESMPU, 2011.

OLIVEIRA, Ana Sofia Schmidt de. A vítima e o direito penal. Uma abordagem do movimento vitimológico e de seu impacto no direito penal. São Paulo: Revista dos Tribunais, 1999.

PASTANA, Débora Regina. Cultura do medo: reflexões sobre violência criminal, controle social e cidadania no Brasil. São Paulo: IBCCRIM, 2003.

PELARIN, Evandro. Bem jurídico-penal: um debate sobre a descriminalização. São Paulo: IBCCRIM, 2002.

PERšAK, Nina. Criminalising harmful conduct. The harm principle, its limits and continental counterparts. Springer: New York, 2007.

PRADO, Luiz Regis. Bem jurídico-penal e constituição. 3.ed. São Paulo: RT, 2011.

RODRÌGUEZ, Hannot. Riesgo y principio de precaución. Hacia una cultura de la incertidumbre. Revista catalana de seguretat pública, nº13, 2003.

ROMEU CASABONA, Carlos María. Aportaciones del principio de precaución al derecho penal. Modernas tendencias en la ciencia del derecho penal y en la criminología. Facultad de derecho de la UNED. 2000.

ROXIN, Claus. A proteção de bens jurídicos como função do Direito Penal. Organização e Tradução: André Luís Callegari e Nereu José Giacomolli. Porto Alegre: Livraria do Advogado, 2006.

SARCEDO, Leandro. Política criminal e crimes econômicos. Uma crítica constitucional. São Paulo: Alameda, 2012.

SATO, Catherine Ruriko. Crimes de perigo abstrato e a questão da tentativa: limites da antecipação da tutela penal. Dissertação (mestrado). Universidade de São Paulo, 2012.

SILVA, Luciana Carneiro da. Perspectivas político-criminais sob o paradigma da sociedade mundial do risco. Revista liberdades, nº5, 2010.

SILVA SÁNCHEZ, Jesús-María. Eficiência e direito penal. Trad. Mauricio Antonio Ribeiro Lopes. Barueri: Manole, 2004.

________. La expansión del derecho penal: aspectos de la política criminal en las sociedades postindustriales. 2.ed. Madrid: Civitas, 2001.

SILVEIRA, Renato de Mello Jorge. Crimes sexuais: bases críticas para a reforma do direito penal sexual. São Paulo: Quartier Latin, 2008.

________. Direito penal econômico como direito penal do perigo. São Paulo: RT, 2006.

________. Direito penal supra-individual: interesses difusos. São Paulo: RT, 2003.

SIMESTER, A. P., VON HIRSCH, Andrew. Remote harms and non-constitutive crimes. Criminal Justice Ethics, v.28, 2009.

SMITH, Steven D. Is the harm principle iliberal? The American Journal of Jurisprudence, v.51, 2006.

SOUZA, Artur de Britos Gueiros. Da criminologia à política criminal: direito penal econômico e novo direito penal. In: SOUZA, Artur de Britos Gueiros. Inovações no direito penal econômico. Contribuições criminológicas, político-criminais e dogmáticas. Brasília: ESMPU, 2011.

SOUZA, Luciano Anderson de. Direito penal econômico. Fundamentos, limites e alternativas. São Paulo: Quartier Latin, 2012.

STRATENWERTH, Günther. La criminalización en los delitos contra bienes jurídicos colectivos. In: HEFENDEHL, Roland (ed.). La teoría del bien jurídico. ¿Fundamento de legitimación del Derecho penal o juego de abalorios dogmático? Madrid: Marcial Pons, 2007.

TAVARES, Juarez. La reforma penal en Brasil. In: DÍEZ RIPOLLÉS, José Luis; GARCÍA PÉREZ, Octavio (Coordinadores). La política legislativa penal iberoamericana en el cambio de siglo. Buenos Aires: Editorial B de F, 2008.

VILA VIÑAS, David. Regímenes de valoración de riesgos en las políticas de seguridad y control contemporáneas. Líneas de emergencia y crítica. Revista Electrónica de Ciencia Penal y Criminología (en línea). 2013, núm. 15-10.

VOZMEDIANO, Laura, et al. Problemas de medición del miedo al delito: Algunas respuestas teóricas y técnicas. Revista Electrónica de Ciencia Penal y Criminología (en línea). 2008, núm. 10-07.

ZAFFARONI, Eugenio Raúl; SLOKAR, Alejandro; ALAGIA, Alejandro. Derecho penal. Parte general. 2.ed. Buenos Aires: EDIAR, 2002.

Published

2017-12-12

How to Cite

Macri Júnior, J. R., & Jaquetti Macri, B. (2017). EXPANSÃO DO DIREITO PENAL: ABORDAGEM SOCIOLÓGICA. Reflection and Critique Law Magazine, 5(1). Retrieved from https://revistas.unaerp.br/rcd/article/view/922