A INSTITUCIONALIZAÇÃO DO PARTO E SUAS CONTRIBUIÇÕES NA VIOLÊNCIA OBSTÉTRICA
Abstract
O parto passou por várias transformações ao longo do tempo, ele sobreveio de um acontecimento ocorrido no seio familiar para um ato institucionalizado. Assim o objetivo principal do presente artigo é elucidar como a institucionalização do parto contribuiu para o desdobramento da violência obstétrica na contemporaneidade. De tal modo, passou-se a analisar utilizando-se do método dedutivo, e da pesquisa bibliográfica em artigos, livros e manuais, primeiramente, a história do parto, partindo das parteiras fundamentadas em conhecimentos empíricos, chegando-se aos médicos obstetras com uma série de equipamentos, os quais acabaram não remediando as dores do parto, todavia, negativamente, aumentando as graves violências sofridas. Concluiu-se que a institucionalização do parto, sem dúvida, gerou o agravamento das violências perpetradas contra as gestantes e parturientes, tendo em vista fatores como: a condição de superioridade do “saber” médico sobreposta as necessidades das mulheres, bem como a utilização indiscriminada de procedimentos causadores de sofrimentos físicos e psíquicos nas parturientes e neonatos.
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