MORTALIDADE DA JUVENTUDE NEGRA E POBRE NO BRASIL: A OMISSÃO DO ESTADO NAS IMPLEMENTAÇÃO DE POLÍTICAS PÚBLICAS DE PROTEÇÃO AOS DIREITOS HUMANOS
Abstract
O presente trabalho pretende discutir como a conduta do Estado, por meio dos seus aparelhos, no caso das forças policiais e do Poder Judiciário, produz e reproduz fatores de violência. O trabalho está organizado em três momentos: no primeiro, examina-se como as intervenções dos órgãos do Estado influenciam nos dados estatísticos que medem os números de letalidade dos jovens por arma de fogo, em particular com perfil masculino, negro e pobre; no segundo, descreve o processo histórico de reconhecimento dos jovens como sujeitos de direitos a partir da EC 65/2010 e da Lei nº 12.852 (Estatuto da Juventude); e por fim, pretende-se examinar a política em si, no caso, o Programa Juventude Viva (PJV) e seus elementos caracterizadores. O método de abordagem é dedutivo e o método de procedimento é monográfico com técnicas de pesquisa bibliográfica e documental nos sites do governo federal e com base na Lei de Acesso à Informação (LAI). Conclui-se que é preciso executar políticas públicas estruturantes, com a dimensão intersetorial, com periodicidade decenal, atendendo a articulação entre os diversos entes federados com o fim de atender a teoria da proteção integral à juventude superando políticas de segurança focadas na perspectiva penal e repressiva que apenas potencializam a violência.
References
ARENDT, Hannah. Da Violência. Disponível em: http://delubio.com.br/biblioteca/wp-content/uploads/2014/02/harendtdv.pdf Acesso em: 23 dez.2015.
BRASIL, Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília, DF: Senado Federal, 1988. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicaocompilado.htm Acesso em: 29 set. 2017.
BRASIL. Emenda Constitucional 65/2010. Altera a denominação do Capítulo VII do Título VIII da Constituição Federal e modifica o seu art. 227, para cuidar dos interesses da juventude. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/emendas/emc/emc65.htm Acesso em: 29 set. 2017.
BRASIL. Lei 12.852, de 05 de agosto de 2013. Institui o Estatuto da Juventude e dispõe sobre os direitos dos jovens, os princípios e diretrizes das políticas públicas de juventude e o Sistema Nacional de Juventude - SINAJUVE. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2013/lei/l12852.htm Acesso em: 29 set. 2017.
BUCCI, Maria Paula Dallari. O conceito de política pública em direito. In: _____. (Org.). Políticas públicas: reflexões sobre o conceito jurídico. São Paulo: Saraiva, 2006. p. 1-49.
CARVALHO, Salo de. O encarceramento seletivo da juventude negra brasileira: a decisiva contribuição do Poder Judiciário. Revista da Faculdade de Direito - UFMG, Belo Horizonte, n. 67, pp. 623 - 652, jul./dez. 2015.
CUSTÓDIO, André Viana. Direito da criança e do adolescente. Universidade do Extremo Sul Catarinense (UNESC), 2009.
________________. Direitos de juventude no Brasil contemporâneo: perspectivas para afirmação histórica de novos direitos fundamentais. In: WOLKMER, Antonio Carlos; VIEIRA, Reginaldo de Souza. (Orgs.). Estado, Política e Direito: relações de poder e políticas públicas. UNESC, 2008.
DEPEN. (2014). Departamento Penitenciário Nacional – Sistema Integrado de Informação Penitenciária (Infopen). Brasília. Disponível em: http://www.justica.gov.br/noticias/mj-divulgara-novo-relatorio-do-infopen-nesta-terca-feira/relatorio-depen-versao-web.pdf Acesso em: 27set. 2017.
FAUSTINO, Graciele Oliveira; HUNING, Simone Maria. O Plano Juventude Viva e a rede de políticas de juventude para enfrentamento à violência em Alagoas. Estudos de pesquisa em psicologia., Rio de Janeiro, v. 15, n. spe, p. 1413-1432, dez. 2015. Disponível em <http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1808-42812015000400017&lng=pt&nrm=iso>. Acesso em: 19 set. 2017.
FEIXA, Carles. De jóvenes, bandas y tribus. Antropologia de la juventud. Barcelona: Editorial Ariel S.A, 1999.
GIL, Carmem Zeli de Vargas. Jovens e juventudes: consensos e desafios. Educação, Santa Maria, v. 36, n. 1, p. 25-42, jan./abr. 2011.
GUIMARÃES, Antonio Sérgio Alfredo. Racismo e Antirracismo no Brasil. 3 ed. São Paulo: 34, 2009.
INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. (2017). Disponível em: www.ibge.gov.br Acesso em: 23 set. 2017.
INSTITUTO DE PESQUISAS ECONÔMICAS APLICADAS. Atlas da Violência. (2017). Disponível em: www.ipea.gov.br. Acesso em: 22 set. 2017.
INSTITUTO DE PESQUISAS ECONÔMICAS APLICADAS. Nota Técnica nº 18. (2016). Indicadores Multidimensionais de Educação e Homicídios nos Territórios Focalizados pelo Pacto Nacional pela Redução de Homicídios. Disponível em: http://www.ipea.gov.br/portal/images/stories/PDFs/nota_tecnica/160405_nt_17_atlas_da_violencia_2016_finalizado.pdf Acesso em 27 set. 2017.
LOPES, Roseli Esquerdo; ADORNO, Rubens de Camargo Ferreira; MALFITANO Ana Paula Serrata; TAKEITI Beatriz Akemi; SILVA, Carla Regina; BORBA, Patrícia Leme de Oliveira. Juventude Pobre, Violência e Cidadania. Saúde e Sociedade, v.17, n.3, p.63-76, 2008.
MOTA, Glaucio Luiz; TEIXEIRA, Regina. Cenário das políticas de juventude – atores no amanhecer das oportunidades e dos direitos. In: CUSTÓDIO, André Viana; Reginaldo de Souza VIEIRA (Orgs). – Criciúma: Ed. Unesc, 2011.
NASCIMENTO, Abdias do. O genocídio do negro brasileiro. Processo de um racismo mascarado. Rio de Janeiro: Editora Paz e Terra, 1978.
PAIS, José Machado. A construção sociológica da juventude – alguns contributos. Análise Social, vol. XXV, 1990, p. 139, 165.
SECRETARIA NACIONAL DE JUVENTUDE (SNJ).. Plano Juventude Viva - Guia de Implementação para Estados e Municípios. Secretaria Geral da Presidência da República (SG/PR). Brasília, 2014.
SUBIRATS, Joan et al. Análisis y gestión de politicas públicas. Barcelona: Planeta, 2012.
TOURAINE, Alain. Juventud y democracia en Chile. Revista Última Década. núm. 8, 1997. Centro de Estudios Sociales, Valparaíso, Chile. Disponível em: http://www.redalyc.org/articulo.oa?id=19500805 Acesso em 19 set 2017.
SECRETARIA NACIONAL DE JUVENTUDE (SNJ). Plano Juventude Viva - Guia de Implementação para Estados e Municípios. Secretaria Geral da Presidência da República (SG/PR). Brasília, 2014.
TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO – TCU. Relatório de Gestão do Exercício de 2014. Secretaria Nacional da Juventude – SNJ. Disponível em: www.secretariadegoverno.gov.br Acesso em: 20 set. 2017.
WORLD HEALTH ORGAZIZATION. (2017). Disponível em: http://www.who.int/topics/violence/es/ Acesso em: 25 set. 2017.
WAISELFISZ, Julio Jacobo. Mapa da Violência: Os jovens do Brasil. Brasília, 2014.
Downloads
Published
How to Cite
Issue
Section
License
By submitting articles to Revista Paradigma, the author already authorizes their publication in case of approval after due evaluation process, aware of the journal's free access policy.
The author declares that he is aware that all information included in the submission will be published, including name, affiliation, title and email address.