A MODULAÇÃO DOS EFEITOS DA DECISÃO DE INCONSTITUCIONALIDADE NA JURISDIÇÃO BRASILEIRO: DA TEORIA DA NULIDADE DA NORMA AO PARADIGMA ORIENTADOR NO CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE
Abstract
A presente pesquisa visa discutir o fenômeno da modulação dos efeitos da decisão de inconstitucionalidade na jurisdição brasileira, partindo-se da compreensão tida pela teoria da nulidade da norma até chegar no debate sobre o paradigma de fundo que orienta a decisão da modulação no controle de constitucionalidade. Para tanto, o trabalho revisita a teoria norte-americana e a teoria austríaca sobre a eficácia da declaração de inconstitucionalidade, discutindo, em sequência, as repercussões da adoção da teoria da nulidade (ou da anulabilidade) na jurisdição brasileira. Nesta senda, demonstra-se as dificuldades que existem em relação a um sistema misto de controle de constitucionalidade, e de como a modulação temporal, objeto do trabalho, era aplicada antes mesmo da edição da Lei nº 9.868/99. Ao cabo, a pesquisa debate a necessidade de se utilizar um paradigma adequado na jurisdição brasileira, de modo a conduzir a decisão da modulação a partir de argumentos de princípio, evitando-se transformá-la em mera política judiciária. Com isso, pretende-se contribuir para uma apreciação crítica da prática da jurisdição constitucional, tornando-a assim mais coerente com o pano de fundo do Estado Democrático de Direito.References
ÁVILA, Ana Paula. A modulação de efeitos temporais pelo STF no controle de constitucionalidade: ponderação e regras de argumentação para a interpretação conforme a constituição do artigo 27 da Lei nº 9.868/99. Porto Alegre: Livraria do Advogado, 2009.
BARROSO, Luís Roberto. O controle de constitucionalidade no direito brasileiro: exposição sistemática da doutrina e análise crítica jurisprudência. 2. ed. São Paulo: Saraiva, 2007.
BINENBOJM, Gustavo. A nova jurisdição constitucional brasileira: legitimidade democrática e instrumentos de realização. 2. ed. Rio de Janeiro: Renovar, 2004.
BRASIL. Supremo Tribunal Federal. Recurso Extraordinário n° 78.594. Recorrente: João Duarte e Cia. Ltda. Recorrida: Estado de São Paulo. Relator: Min. Bilac Pinto. Brasília, 07 de junho de 1974. Disponível em: <https://jurisprudencia.s3.amazonaws.com/STF/IT/RE_78594_SP_1278709121052.pdf?Signature=f5pNAcRV0R5AyF5IGlPxXIUBfrs%3D&Expires=1499291753&AWSAccessKeyId=AKIAIPM2XEMZACAXCMBA&response-content-type=application/pdf&x-amz-meta-md5-hash=95a89ff90f9f6f34c5eb20724ac4947b>. Acesso em: 05 jul. 2017.
CATTONI DE OLIVEIRA, Marcelo Andrade. Processo constitucional. 3. ed. Belo Horizonte: Fórum, 2016.
CICCONETTI, Stefano Maria; TEIXEIRA, Anderson Vichinkeski. Jurisdição constitucional comparada: Brasil, Itália, Alemanha e EUA. Florianópolis: Conceito Editorial, 2010.
DANTAS, Ivo. O valor da constituição: do controle de constitucionalidade como garantia da supralegalidade constitucional. 2. ed. Rio de Janeiro: Renovar: 2001.
DIMOULIS, Dimitri; LUNARDI, Soraya. Curso de processo constitucional: controle de constitucionalidade e remédios constitucionais. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2013.
DWORKIN, Ronald. Levando os direitos a sério. Trad. de Nelson Boeira. São Paulo: Martins Fontes, 2002.
FISCHER, Octavio Campos. Os efeitos da declaração de inconstitucionalidade no direito tributário brasileiro. Rio de Janeiro: Renovar, 2004.
GARCIA DE ENTERRÍA, Eduardo. La constitución como norma y el tribunal constitucional. 3. ed. Madrid: Civitas, 1983.
HESSE, Konrad. A força normativa da Constituição. Trad. de Gilmar Ferreira Mendes. Porto Alegre: SAFe, 1991.
MARTINS, Ives Gandra da Silva; MENDES, Gilmar Ferreira. Controle concentrado de constitucionalidade: comentários à Lei n. 9.868, de 10-11-1999. 3. ed. São Paulo: Saraiva, 2009.
MENDES, Gilmar Ferreira. Direitos fundamentais e controle de constitucionalidade: estudos de direito constitucional. 4. ed. São Paulo: Saraiva, 2012.
MIOZZO, Pablo Castro. Interpretação jurídica e criação judicial do direito: de Savigny a Friedrich Müller. Curitiba: Juruá, 2014.
PIÑEIRO, Eduardo Schenato. O controle de constitucionalidade: direito americano, alemão e brasileiro. Porto Alegre: SAFe, 2012.
TRIBE, Laurence H. American constitutional law. 3. ed. New York: New York Foundation Press, 2000, v. 1.
UNITED STATES SUPREME COURT. Kuhn v. Fairmont Coal Co. Disponível em: < https://supreme.justia.com/cases/federal/us/215/349/case.html>. Acesso em: 25 jun. de 2017.
STRECK, Lenio Luiz. Jurisdição constitucional e hermenêutica: uma nova crítica do direito. Porto Alegre: Livraria do Advogado, 2002.
______. O que é isto – decido conforme minha consciência? Porto Alegre: Livraria do Advogado, 2010.
STRECK, Lenio Luiz; ABBOUD, Georges. Artigo 927. In: STRECK, L. L.; NUNES, D.; CUNHA, L. C. (Org). Comentários ao Código de Processo Civil. São Paulo: Saraiva, 2016.
TASSINARI, Clarissa. Jurisdição e ativismo judicial: limites da atuação do Judiciário. Porto Alegre: Livraria do Advogado, 2013.
ZAVASCKI, Teori Albino. Eficácia das sentenças na jurisdição constitucional. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2001.
Downloads
Published
How to Cite
Issue
Section
License
By submitting articles to Revista Paradigma, the author already authorizes their publication in case of approval after due evaluation process, aware of the journal's free access policy.
The author declares that he is aware that all information included in the submission will be published, including name, affiliation, title and email address.