GLOBALIZAÇÃO COMO NOVO PARADIGMA DE INTEGRAÇÃO E PROTEÇÃO DOS DIREITOS HUMANOS E COLETIVOS
Abstract
O presente trabalho tem como objetivo fazer algumas considerações sobre o Direito Internacional e sua relação com o fenômeno da Globalização e com o processo de integração no contexto dos blocos econômicos, bem como a influência dessa nova ordem global nos Direitos Humanos, no seu reconhecimento e incorporação e na sua implementação de fato. Os valores representados por esses Direitos buscam serem objeto de uma proteção efetiva dentro do ordenamento jurídico nacional e internacional. A constitucionalização dos Direitos Humanos e Fundamentais, tanto em nível nacional quanto internacional, é um fato inconteste cuja efetivação está condicionada por uma série de circunstâncias, ainda, a serem superadas. A realidade global, de um lado, ampliou e estendeu a visão em torno do reconhecimento dos direitos do homem; uma série de organismos e instituições internacionais levaram estes valores para todos os cantos do planeta. De outro lado a perda de poder político e jurídico por parte dos Estados nacionais, aliada a uma ideologia neoliberal, tiraram de muitos desses Estados os instrumentos necessários para a implementação das propostas direcionadas a tornar efetivos os Direitos Humanos e Fundamentais. Como efeito do fenômeno da globalização, a busca de uma integração regional de Estados, tornou estes mesmos Estados melhores aparelhados para adotar um Direito Internacional evitando o conflito que se estabelece com as normas que emanam das diferentes soberanias nacionais, escoradas na vontade comunitária dos Estados integrados. O trabalho preocupou-se também em analisar as relações estabelecidas pela Constituição de 1.988 para com os Tratados Internacionais dos Direitos Humanos, diante do que se chegou à conclusão de que, apesar das ambigüidades, a supremacia constitucional foi mantida, mas confere a esses Tratados hierarquia superior à legislação infraconstitucional. Muitos doutrinadores já defendem que estes tratados adquirem, automaticamente, a categoria constitucional.References
ACCIOLY, Hildebrando; SILVA, G. E. do Nascimento e; CASELA, Paulo Borba. Manual de Direito Internacional. 17 ed. São Paulo: Saraiva, 2009.
AGUADO, Juventino de Castro. Organización de los Estados Americanos Secretaría General. Jornadas de Derecho Internacional, Florianópolis, Brasil. A soberania dos Estados: O paradoxo da Integração, 2003, p.91-110.
_____________. Os tratados internacionais e o processo jurídico-constitucional. In: Revista de Direito Constitucional e Internacional nº 65. Ano 16. Out/Dez/2008, p.311-346.
_____________. As novas formas do Estado e do Direito em face da nova ordem global. In: Revista Nacional de Direito e Jurisprudência. Vol.81, ano 7, Setembro/2006, p.11-19.
______________. A utopia supranacional e a realidade soberana dos Estados. , Ribeirão Preto: Ed. Legis Summa, 2012.
ARNAUD, André-Jean. O Direito entre a Modernidade e Globalização – Lições de Filosofia do Direito e do Estado. Rio de Janeiro: Renovar, 1999.
BARROSO, Luiz Roberto. Constituição da República Federativa do Brasil Anotada. 4 ed. São Paulo: Saraiva. 2003.
_____________.Interpretação e Aplicação da Constituição. São Paulo: Saraiva, 1996.
BOBBIO, Norberto. A era dos direitos. Rio de Janeiro: Campus, 1.992.
BODIN, Jean. I sei libri dello Stato (orig. 1576) Trad. it Margherita Isnardi Parente. 2. ed Torino: UTET, 1988.
BONAVIDES, Paulo. Direitos Fundamentais, Globalização e Neoliberalismo. In. Revista Latino Americana de Estudos Constitucionais.n. 2, jul/dez de 2003, p. 351-361.
BRASIL. Supremo Tribunal Federal. Recurso Especial nº. 466.341-1/SP. Disponível em: <http://www.stf.jus.br/imprensa/pdf/re466343.pdf>. Acesso em: 12/09/2015.
CANÇADO TRINDADE, Antônio Augusto. Tratado de Direito Internacional dos Direitos Humanos . Porto Alegre: Sérgio Fabris, 1997.
____________________. A recta ratio nos fundamentos do jus gentium como Direito Internacional da Humanidade. Rio de Janeiro: Del Ray, 2005
CANOTILHO, José Joaquim Gomes. Direito constitucional e teoria da Constituição. 7. ed. Coimbra: Livraria Almedina,, 2003.
_____________.”Brancosos” e interconstitucionalidade – Itinerários dos discursos sobre a historicidade constitucional. Coimbra: Almedina, 2006.
COSTA, Machado (org.); FERRAZ, Anna Candida da Cunha (coord.). Constituição Federal interpretada: artigo por artigo, parágrafo por parágrafo. 6ª. Ed. Barueri: Manole, 2015.
DALLARI, Dalmo de Abreu. Direitos Humanos e Cidadania. São Paulo: Moderna, 1998.
DIMOULIS, Dimitri; MARTINS, Leonardo. Teoria Geral dos Direitos Fundamentais. 2 ed. Rev. Atualizada e ampliada. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2010.
FERREIRA FILHO, Manoel Gonçalves. Direitos Humanos Fundamentais. São Paulo: Saraiva, 1995.
GARCIA, Maria. A Constituição e os tratados. Revista de Direito Constiucional e Internacional, 37, São Paulo: Ed. RT, out/dez, 2001.
GIDDENS, Anthony . A Europa na era Global. Trad. Alberto Gomes. Lisboa: Ed. Presença, 2007
GIDDENS, Anthony. Mundo em Descontrole. Rio de Janeiro: Record, 2000.
GOMES, Luiz Flávio e MAZZUOLI, Valério de Oliveira. Direito Supraconstitucional. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2010.
GUTIÉRREZ, Ignacio Gutièrrez. De la Constitución del Estado al Derecho constitucional para la Comunidad internacional. In: PETERS, Anne et alii. La constitucionalización de la Comunidad internacional. Valencia-Espanha: Ed. Tirant lo Blanch, 2010, p. 15-91.
HABERMAS, Jürgen .A constelação pós nacional. São Paulo: Littera Mundi, 2001.
HÖFFER, Ottfried. A democracia no mundo de hoje. São Paulo: Martins Fontes, 2005.
IANNI, Octávio. A era do globalismo. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1997.
JULIOS-CAMPUZANO, Alfonso. Os Desafios da Globalização - Modernidade, Cidadania e Direitos Humanos .Trad.Clovis Gorc-zevski.Santa Cruz do Sul:EDUNISC, 2008.
KURZ, Robert. Os últimos combates. 2 ed. Petrópolis: Ed. Vozes, 1997.
LUÑO, Antonio Enrique Pérez. Derechos Humanos, Estado de Derecho y Constitución. 5. ed. Madrid: Tecnos, 1995.
MATTOS, Adherbal Meira. Direito Internacional Público. 2 ed. Atualizada Rio de Janeiro: Renovar, 2002
MAZZUOLI, Valério de Oliveira. Curso de Direito Internacional Público. 5 ed. rev., atual. e ampl. São Paulo: RT. 2011.
_____________.Alexandre de. Direitos Humanos fundamentais. 9ª ed. São Paulo: Atlas. 2011.
PAULO, Vicente, ALEXANDRINO, Marcelo. Direito Constitucional Descomplicado. 18ª. ed. São Paulo: Método, 2009.
PEREZ, Vera Elisa. El tratado de la Union Europea y los derechos humanos. Revista de Instituciones Europeas, v. 20, nº mayo/agosto, 1993, p. 459/484.
PETER, Anne et al. La constitucionalización de la comunidad internacional. Valencia: Ed. Tirant lo Blanch, 2010.
PINHEIRO, Carla. Direito Internacional e Direitos Fundamentais. São Paulo: Ed. Atlas, 2001.
PIOVESAN, Flávia. Temas de Direitos Humanos . 4ª. ed. São Paulo: Saraiva, 2010.
_____________. Direitos Humanos e o Direito Constitucional Internacional. 2ª. ed. São Paulo: Max Limonad. 1.997.
_____________. Direitos Humanos e Justiça Internacional. 2ª ed. rev., ampliada e atual. São Paulo: Saraiva, 2011.
RIBEIRO, Maria de Fátima; MAZZUOLI, Valério de Oliveira (coords.). Direito Internacional dos Direitos Humanos . Estudos em homenagem à Profa. Flávia Piovesan. Curitiba: Juruá, 2004.
RIBEIRO, Maria Manuela Tavares (coord.). Olhares sobre a Europa. Coimbra: Tipografia Arte Pronta, 2002.
SANTOS JUNIOR, Belisário dos. Direitos Humanos Priorizados pela Justiça. In: Revista da Faculdade de Direito das Faculdades Metropolitanas Unidas. São Paulo, ano 10, n.14, jan/jun. 1996, p.282.
SIKKINK, Kathryn. Internacional organizations. Massachusetts, 1993. In: Revista do Advogado. Ano XXIII. Setembro/2003.
____________. Human Rights Pricipled issue-networks, and sovereignty in Latin America, in International Organazations Massachusetts, IO Foundation e Massachusetts Institute of Tecnology. 1993.
STELZER, Joana. União Europeia e Supranacionalidade – desafio ou realidade? 2 ed. Curitiba: Juruià, 2009.
TAVARES, André Ramos. Curso de Direito Constitucional. 4. ed. São Paulo: Saraiva, 2006, p.403-459.
Downloads
Published
How to Cite
Issue
Section
License
By submitting articles to Revista Paradigma, the author already authorizes their publication in case of approval after due evaluation process, aware of the journal's free access policy.
The author declares that he is aware that all information included in the submission will be published, including name, affiliation, title and email address.
