QUANDO O JORNALISMO FALA DO PRESÍDIO: A INTERSECÇÃO DE DISPOSITIVOS DISCIPLINARES NO BRASIL CONTEMPORÂNEO A PARTIR DA ÓTICA DE FOUCAULT
Abstract
O presente trabalho versa sobre a relação entre o dispositivo midiático jornalístico e o dispositivo prisional, segundo a ótica de Michel Foucault (2007; 2008). Partimos da hipótese de que o acoplamento destes dispositivos de poder põe em funcionamento uma rede de poderes disciplinares que exercem uma dupla função social: estabelecer um regime próprio de dizibilidade e visibilidade sobre o indivíduo em situação de reclusão, que ocorre quando o jornalismo diz e mostra o preso “pelo lado de fora”, sem que lhe seja dada oportunidade para fazêlo por si mesmo; e incutir na sociedade em geral um imaginário de horror e aversão ao presídio e ao presidiário, exercendo um poder disciplinar complexo, baseado na intimidação do cidadão “ainda não-preso”, que resulta numa hostilização ao detento e ao ex-detento. Para testar a hipótese, foram analisadas imagens televisivas de coberturas jornalísticas de rebeliões em presídios, bem como reportagens que mostram as condições de vida dos presidiários. O objetivo principal do artigo foi analisar os dispositivos disciplinares contemporâneos que funcionam a partir do encontro de outros dispositivos, a saber, o midiático jornalístico e o prisional, lançando luz sobre as práticas e as técnicas que
produzem um temor social com função traçada: disciplina e poder.
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Copyright (c) 2023 Marissa Mendonça de Sousa, Luciano Bezerra Filho, João Flávio de Almeida

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