A SEGURIDADE SOCIAL E AS AGENDAS PARALELAS: REFLEXÕES SOBRE O TRABALHO DECENTE E PROTEÇÃO DOS TRABALHADORES
Palavras-chave:
Seguridade social. Trabalho decente. Modernização. Flexibilização. Desenvolvimento sustentável.Resumo
A Organização Internacional do Trabalho comemorou seu centenário em 2019 com muitas preocupações na sua agenda de trabalho. As constantes transformações do mercado produtivo, por meio da organização e extração do trabalho humano, geram novas realidades sociais que encontram constantes problemas para a regulação e tutela dos atores sociais, principalmente dos mais vulneráveis. Não é diferente com a seguridade social. As reformas que o Brasil vem enfrentando desde a criação do seu sistema acompanha as tendências latino-americanas, que vinculam as mudanças nos modelos de seguridade com os modelos econômicos. Desta feita, pela lógica estrutural destes sistemas, os impactos na organização produtiva também provocam alterações securitárias. Neste cenário, por um lado existe a agenda que busca a implementação da equidade, do trabalho decente, e dos demais objetivos para o desenvolvimento sustentável, por outro há uma agenda paralela (do capital) que preocupa pela força exercida ao impedir a concretização dos objetivos da outra agenda. Este trabalho argumenta sobre a seguridade social no Brasil e os impactos que a organização produtiva gera na agenda da tutela social estatal dos trabalhadores, em confronto com a agenda paralela do capital neste cenário de modernização e flexibilização.
Referências
ABRAMO, Laís. Uma década de promoção do trabalho decente no Brasil: uma estratégia de ação baseada no diálogo social. 1a ed. Brasília: Organização Internacional do Trabalho; Escritório da OIT no Brasil, 2015.
BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil: promulgada em 5 de outubro de 1988. , 1988.
CONFERÊNCIA INTERAMERICANA DE SEGURIDADE SOCIAL. Relatório sobre a Seguridade Social de 2009: avaliação em sistemas de seguridade social. 1a ed. México: Programe S.A, 2009.
CORTÉS GONZÁLEZ, Juan Carlos. Derecho de la protección social. Primera Ed ed. Bogotá: Legis, 2009.
CRUZ SACO, María Amparo; MESA-LAGO, Carmelo. Do Options Exist? : The Reform of Pension and Health Care Systems in Latin America. Pittsburgh: University of Pittsburgh Press, 1998.
ESTELA LANARI, María; GIACOMETTI, Claudia. Indicadores de trabajo decente: una propuesta para la medición del déficit de trabajo decente en Argentina. . Ciudad de México: [s.n.], 2010. Disponível em: <http://ow.ly/ToSl50Dr3UL>. Acesso em: 4 fev. 2021.
GARCÍA MANRIQUE, Ricardo. La libertad de todos: una defensa de los derechos sociales. Alcalá de Henares: [s.n.], 2013.
GHAI, Dharam. Trabajo decente. Concepto e indicadores. Revista Internacional del Trabajo. Ginebra: [s.n.], 2003.
GÓMEZ VÉLEZ, María Alejandra. Sobre el sentido del trabajo en la flexibilidad laboral en Medellín, Colombia. Equidad Desarro, v. 29, p. 83–104, 2017.
HORVATH JUNIOR, Miguel. Direito previdenciário: Regulamento da previdência social (Dec. no 3.048/1999) devidamente atualizado pelo Dec. no 10.410/2020. São Paulo: Editora Rideel, 2020.
KERTZMAN, Ivan. Curso prático de direito previdenciário. 19a ed. Salvador (Bahia): Juspodivm, 2021.
LUHMANN, Niklas. Teoria politica nello Stato del Benessere. Traduzione di Raffaella Sutter. Milano: Franco Angeli Editore, 1983.
MEJÍA-ORTEGA, Luz; FRANCO GIRALDO, Álvao. Protección Social y Modelos de Desarrollo en América Latina. Revista de Salud Pública, v. 9, n. 3, p. 471–483, 2007. Disponível em: <http://www.scielo.org.co/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0124-00642007000300016&lng=en&nrm=iso&tlng=>. Acesso em: 19 abr. 2021.
MESA-LAGO, Carmelo. Efectos de la crisis global sobre la seguridad social de salud y pensiones en América Latina y el Caribe y recomendaciones de políticas. Series Políticas Sociales, n. 150, 2009. Disponível em: <http://ow.ly/Im9f50CbcwQ>.
MONTEIRO PESSOA, Rodrigo. El mínimo vital en chile. 1a ed. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2020.
OJEDA AVILÉS, Antonio; GUTIÉRREZ PÉREZ, Miguel. La flexiseguridad como paradigma de las políticas de empleo en Europa: revisión crítica. Thêmis: Revista de Derecho, v. 65, p. 41–51, 2014. Disponível em: <https://dialnet.unirioja.es/descarga/articulo/5078195.pdf>.
ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS. Transformando Nosso Mundo: A Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável. . Rio de Janeiro: [s.n.], 2015. Disponível em: <http://ow.ly/rv3Q50Dp0lt>. Acesso em: 2 fev. 2021.
ORGANIZACIÓN DE LAS NACIONES UNIDAS. Objetivos de Desarrollo del Milenio | UNDP. Disponível em: <http://ow.ly/UXb950DoXFa>. Acesso em: 2 fev. 2021.
ORGANIZACIÓN INTERNACIONAL DEL TRABAJO. El Trabajo Decente y los Objetivos de Desarrollo del Milenio-ODM 1. . Ginebra: [s.n.], 2005. Disponível em: <http://ow.ly/iJ7S50DoYrl>. Acesso em: 2 fev. 2021.
______. Trabajo Decente. Disponível em: <http://www.oit.org/global/topics/decent-work/lang--es/index.htm>. Acesso em: 4 set. 2019.
ORGANIZACIÓN MUNDIAL DEL COMERCIO. Acuerdo Relativo a la Aplicación del Artículo VI del Acuerdo General sobre Aranceles Aduanero y Comercio de la OMC. . Ginebra: [s.n.], 1979. Disponível em: <http://ow.ly/5Qq850DoWEI>.
PALACIOS, Robert. J. Avertingthe Old-Age Crisis: Policies to Protect the Old and Promote Growth (1994). , Poverty and Human Resources Division., no 1572. Washington: [s.n.], 1996. Disponível em: <http://ow.ly/NWVv50CaxRs>.
SERAU JÚNIOR, Marco Aurélio. Reforma previdenciária brasileira: eixos centrais da Emenda Constitucional 103/2019. Revista Forense, v. 431, n. Janeiro-Junho 2020, 2020. Disponível em: <http://genjuridico.com.br/2020/08/14/reforma-previdenciaria-brasileira/>.
SOMAVIA, Juan. Trabajo Decente. . Ginebra: [s.n.], 1999. Disponível em: <http://www.oit.org/public/spanish/standards/relm/ilc/ilc87/rep-i.htm>.
WILTHAGEN, Ton; TROS, Frank. The Concept of “Flexicurity”: A new approach to regulating employment and labour markets. Transfer: European Review of Labour and Research, v. 10, n. 2, p. 166–186, 2004.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2023 Rodrigo Monteiro Pessoa, Jair Aparecido Cardoso

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial 4.0 International License.
Ao submeter artigos à Revista Paradigma o autor já autoriza sua publicação em caso de aprovação após o devido processo de avaliação, ciente da política de acesso livre do periódico.
O autor declara ciência de que serão publicadas todas as informações consignadas na submissão, incluindo nome, afiliação, titulação e endereço eletrônico.