JUDICIALIZAÇÃO DE POLÍTICAS PÚBLICAS NA JURISPRUDÊNCIA CONTEMPORÂNEA: BREVES CONSIDERAÇÕES SOBRE O PROCESSO ESTRUTURAL

Autores

  • Paula Martins da Silva Costa Advocacia-Geral da União
  • Juvêncio Borges Silva Universidade de Ribeirão Preto - UNAERP
  • Juliana Castro Torres Universidade do Estado de Minas Gerais (UEMG) - Unidade Passos

Resumo

Neste trabalho, faz-se um estudo exploratório a respeito da judicialização de políticas públicas na jurisprudência pátria. A metodologia consistiu na verificação das leis, doutrinas e jurisprudência atualizadas pertinentes à matéria. A abordagem é qualitativa, com suporte em revisão de literatura e análise descritiva dos fenômenos pesquisados. A contribuição é relevante pela importância do tema no contexto jurídico contemporâneo, revelando a invasão do direito nas relações sociais e nos Poderes republicanos, exteriorizando a mudança de um sistema jurídico monocêntrico para um policêntrico, onde a produção normativa não é mais exclusividade do Legislativo, realocando-se o Poder Judiciário como órgão estratégico nas democracias plurais. Conclui-se que há uma diferenciação entre “judicialização” e “ativismo judicial”, cujo ponto de convergência situa-se no movimento global de protagonismo da atividade jurisdicional, permeados por padrões de avaliação: a proteção dos direitos das minorias e vulneráveis nas democracias pluralistas; a deliberação popular no processo de tomada de decisão dos outros Poderes; o funcionamento da democracia, pela qual o governo da maioria se impõe, exceto se imponha ameaça ou lesão aos direitos fundamentais, quando a situação se inverte; quanto maior a capacidade técnica para resolução da questão jurídica menor deve ser a interferência do Judiciário na esfera dos demais Poderes. Quanto às opções de judicialização de políticas públicas postas à disposição dos cidadãos e demais legitimados ativos, o processo estrutural que aparenta ser tão invasivo nas políticas públicas em realidade é um método eficiente e racional de organizá-las.

Palavras chave: Políticas Públicas. Judicialização. Democracia. Direito Constitucional. Legitimidade.

Biografia do Autor

Paula Martins da Silva Costa, Advocacia-Geral da União

Graduada em Direito pela Universidade de São Paulo. Especialista em Direito civil e Processual pela Universidade de Franca. Especialista em Direito Público pela Universidade de Brasília. Aperfeiçoamento em Iniciação científica pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo. Atualmente é Advogada da União da Advocacia-Geral da União.

Juvêncio Borges Silva, Universidade de Ribeirão Preto - UNAERP

Pós-doutorado em Direito pela Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra (2010), Doutor em Sociologia pela Universidade Estadual Júlio de Mesquita Filho - UNESP (2005), Mestre em Sociologia pela Universidade de Campinas - UNICAMP (2000), Graduado em Direito pela Faculdade de Direito de Franca (1997), Graduado em Ciências Sociais pela Faculdade de Filosofia de Passos - FAFIPA (1992), Especialização em Didática e Planejamento do Ensino Superior pela Faculdade de Filosofia de Passos - FAFIPA (1992). É docente titular a-m da Associação de Ensino de Ribeirão Preto e do Centro Educacional Hyarte - ML Ltda. É docente do Programa de Mestrado e Doutorado em Direitos Coletivos e Cidadania da Universidade de Ribeirão Preto. É lider do Grupo de pesquisa Direitos Coletivos, Políticas Públicas e Cidadania, que se reúne regularmente na Universidade de Ribeirão Preto. Tem experiência na área de Direito, Sociologia, Filosofia, Ciência Política/ Teoria do Estado e Políticas Públicas, com ênfase em Direito Civil, Direitos Coletivos, Sociologia Clássica e contemporânea, Sociologia do Direito, Filosofia Geral e do Direito, Teoria do Estado e Políticas Públicas, atuando principalmente nos seguintes temas: Direitos coletivos e cidadania, direitos coletivos e políticas públicas, Estado e globalização, Estado e sociedade civil, Direito e Sociedade, teoria do direito, teoria política, políticas públicas e religião. Sua pesquisa atual concentra-se no estudo dos direitos coletivos e cidadania e na relação entre direitos coletivos e políticas públicas, enfocando o diálogo entre o jurídico e o político, a juridicização da política e a polítização da justiça, as ações coletivas como instrumento de controle das políticas públicas, e as ações coletivas e políticas públicas como instrumentos de efetivação da cidadania. É membro associado do CONPEDI - Conselho Nacional de Pesquisa e Pós-Graduação em Direito. É editor-adjunto dos seguintes periódicos: Revista Paradigma, Revista Reflexão e Crítica do Direito. É coorganizador do Congresso Brasileiro de Processo Coletivo e Cidadania e do Congresso Internacional Iberoamericano de Pesquisa em Seguridade Social, bem como editor de seus anais

Juliana Castro Torres, Universidade do Estado de Minas Gerais (UEMG) - Unidade Passos

Mestre em Direitos Coletivos e Cidadania pela Universidade de Ribeirão Preto - UNAERP. Especialista em Direito Público Lato Sensu pela Universidade Anhanguera - UNIDERP. Graduada em Direito pela Universidade do Estado de Minas Gerais - Unidade Passos. Advogada, inscrita na OAB/MG sob o nº 121.202 - Escritório de Advocacia com experiência nas áreas de Direito Privado e Público. Foi Bolsista de Gestão em Ciência e Tecnologia BGCT-III pela FAPEMIG. Foi Bolsista PROSUP-CAPES. É membro do Conselho Municipal da Cidade de Passos-MG. É Professora de Direito, no curso de Direito da Universidade do Estado de Minas Gerais/UEMG - Unidade Passos. É Coordenadora do Núcleo de Assistência Judiciária Gratuita - NAJ da UEMG - Unidade Passos.

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Publicado

2022-03-01

Como Citar

Martins da Silva Costa, P., Borges Silva, J., & Castro Torres, J. (2022). JUDICIALIZAÇÃO DE POLÍTICAS PÚBLICAS NA JURISPRUDÊNCIA CONTEMPORÂNEA: BREVES CONSIDERAÇÕES SOBRE O PROCESSO ESTRUTURAL. Anais Do Congresso Brasileiro De Processo Coletivo E Cidadania, (9), 1142–1162. Recuperado de https://revistas.unaerp.br/cbpcc/article/view/2519

Edição

Seção

Constitucionalização do Direito Processual

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